O nascimento e a morte são os momentos mais impactantes da vida. São eles os grandes motores de mudança e evolução da nossa existência. A nossa vida oscila entre pequenas mortes e nascimentos diárias. Aspetos das nossas vidas dos quais temos de nos despedir e novos que temos de abraçar. No momento atual, que dizemos adeus a tanto do que fomos, a natureza oferece-nos o conforto do (re)nascimento que temos de abraçar. Mesmo perante toda adversidade, a vida, teima em surgir equilibrando o lado sombrio da existência. Quando uma semente se anima e deixa sair o potencial da vida contida em si é um momento dramaticamente belo. O nascimento de uma árvore, de um Sobreiro em particular (o da foto), é profundamente marcante. Por estes dias as bolotas nos bosques animam-se rumo a um futuro incerto. Na próxima primavera, algumas (poucas) terão conseguido vingar. Dessas, uma ínfima quantidade chegará a ser uma frondosa árvore. Todas as árvores com as quais cruzamos os nossos passos foram um dia uma pequena semente e, entre muitas coisas, uma mensagem é inequívoca: resiliência.
Esta bolota da foto repousa agora num vaso. Quando voltei para ver o seu desenvolvimento a "antena" estava virada para o ar (alguma coisa a tinha virado, possivelmente um animal) em vez de estar virada para a terra. Se tudo correr bem, na próxima primavera, este sobreirinho será transplantado para a terra para um lugar onde possa crescer sem impedimentos.
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