"Em vez de primatas, estamos a comportar-nos como se fôssemos insectos sociais (abelhas ou formigas), como adultos-obreiros que assim que têm os filhos, os metem em grandes infantários, aos cuidados de adultos-amas, que não têm qualquer ligação familiar com as crianças e as criam a todas da mesma maneira." AnaGF
Desde há uns dias que esta ideia tem vindo a ecoar na minha cabeça.
Senti-me a pior das mamíferas quando aos 5 meses de vida da minha filha a "abandonei" ao cuidado de terceiros (felizmente eram os avós) e fui trabalhar. Era suposto eu protejer o meu bebé com todas as minhas forças e ao contrário eu deleguei esse cuidado noutras pessoas, sem questionar.
Quando aos 2 anos e meio ela foi para a creche, tudo me pareceu natural, afinal quase toda a gente que eu conhecia colocava as crianças na creche. Só quando tudo o que havia para correr mal na creche aconteceu, questionei o que andava eu a fazer aos meus filhos. Tomámos decisões, ela sairia da escola, ele não iria mais para casa dos avós e eu ficaria em casa com eles. Ficou também decidido que até à primária nenhum deles iria para a escolinha e ficariam comigo em casa.
Só aqui me apercebi da forma tão estranha como estamos a afastar as crianças do nosso dia-a-dia. Qualquer que seja o local público em que nos movimentemos nos dias úteis, não há crianças. Procurei-as para brincarem com os meus filhos e não as encontrei, para além de sermos olhados com estranheza pela maioria das pessoas que quando as veêm comigo na rua, nas horas que deveriam estar em escolas, têm uma necessidade imensa de perguntar onde fica a escola deles, como se estarem com a mãe fosse a coisa mais estranha do mundo e não o contrário.
Temos o mundo dos adultos e o mundo das crianças, cruzam-se ao final do dia e de manhã cedo antes de cada um ir à sua vida. O que se passa? Porque tornámos estes mundos tão estanques? Porque razão não podem coexistir? Como diria uma amiga minha, o que estamos a fazer com as crianças estamos a fazer com os velhos, afastá-los da nossa sociedade, metidos em instituições. Mas isso é outra conversa e será para uma próxima fase da vida.
Não é isto que queremos para os nossos filhos, serem criados por "amas" que mal os conhecem e que não estão ligadas a nós por nenhum laço, nem o da amizade. Por isso quando descobrimos que o Ensino Doméstico é legal em Portugal resolvemos que essa vai ser a nossa escolha. Para o ano inscreveremos a L. no primeiro ano na escola da área da nossa residência mas na modalidade de Ensino Doméstico. Quer dizer que não teremos escola nem professor para apontar o dedo, seremos nós os responsáveis pela educação dos nossos filhos.
Se tudo correr como previsto os nossos filhos passarão a sua infância em família, comigo,com o pai e os avós e já agora com os amigos, porque afinal o número de pais que tem vindo a optar por esta via de ensino tem crescido nos últimos tempos e aqui pela zona são já umas quantas famílias a praticar ensino doméstico.
Desde há uns dias que esta ideia tem vindo a ecoar na minha cabeça.
Senti-me a pior das mamíferas quando aos 5 meses de vida da minha filha a "abandonei" ao cuidado de terceiros (felizmente eram os avós) e fui trabalhar. Era suposto eu protejer o meu bebé com todas as minhas forças e ao contrário eu deleguei esse cuidado noutras pessoas, sem questionar.
Quando aos 2 anos e meio ela foi para a creche, tudo me pareceu natural, afinal quase toda a gente que eu conhecia colocava as crianças na creche. Só quando tudo o que havia para correr mal na creche aconteceu, questionei o que andava eu a fazer aos meus filhos. Tomámos decisões, ela sairia da escola, ele não iria mais para casa dos avós e eu ficaria em casa com eles. Ficou também decidido que até à primária nenhum deles iria para a escolinha e ficariam comigo em casa.
Só aqui me apercebi da forma tão estranha como estamos a afastar as crianças do nosso dia-a-dia. Qualquer que seja o local público em que nos movimentemos nos dias úteis, não há crianças. Procurei-as para brincarem com os meus filhos e não as encontrei, para além de sermos olhados com estranheza pela maioria das pessoas que quando as veêm comigo na rua, nas horas que deveriam estar em escolas, têm uma necessidade imensa de perguntar onde fica a escola deles, como se estarem com a mãe fosse a coisa mais estranha do mundo e não o contrário.
Temos o mundo dos adultos e o mundo das crianças, cruzam-se ao final do dia e de manhã cedo antes de cada um ir à sua vida. O que se passa? Porque tornámos estes mundos tão estanques? Porque razão não podem coexistir? Como diria uma amiga minha, o que estamos a fazer com as crianças estamos a fazer com os velhos, afastá-los da nossa sociedade, metidos em instituições. Mas isso é outra conversa e será para uma próxima fase da vida.
Não é isto que queremos para os nossos filhos, serem criados por "amas" que mal os conhecem e que não estão ligadas a nós por nenhum laço, nem o da amizade. Por isso quando descobrimos que o Ensino Doméstico é legal em Portugal resolvemos que essa vai ser a nossa escolha. Para o ano inscreveremos a L. no primeiro ano na escola da área da nossa residência mas na modalidade de Ensino Doméstico. Quer dizer que não teremos escola nem professor para apontar o dedo, seremos nós os responsáveis pela educação dos nossos filhos.
Se tudo correr como previsto os nossos filhos passarão a sua infância em família, comigo,com o pai e os avós e já agora com os amigos, porque afinal o número de pais que tem vindo a optar por esta via de ensino tem crescido nos últimos tempos e aqui pela zona são já umas quantas famílias a praticar ensino doméstico.
"Contudo, vivemos mesquinhamente, quais formigas, ainda que a fábula nos relate que há muito tempo atrás fomos transformados em homens;"
in "Walden ou vida nos bosques", Henry David Thoreau
Desafio da Blogagem Colectiva as Fases da Vida lançado pela Rute do blog Publicar para partilhar
Olá, pois eu acho que tens razão, deviamos ficar com os nosso filhos até serem grandes e irem para a escola. Nem todos temos essa possibilidade, entre ter o que comer na mesa e tudo o que as crianças precisam ou ficar em casa com os pais e passar dificuldades porque mesmo que o ordenado seja pouco sempre é algum que entra no orçamento. Eu infelizmente não posso abdicar do trabalho para ficar em casa com o meu filho, o dinheiro faz falta.
ResponderEliminarBeijocas
Carla
Concordo com tudo o que dizes :) Aliás ontem na televisão falaram sobre isso. Cada vez mais as crianças crescem ao lado de crianças quando deviam crescer ao lado de adultos... Isto está a fazer com que se auto-mutilem, se droguem e bebam mais...
ResponderEliminarFelizmente tenho o Piki em casa comigo, ele tem 26 meses. É bastante sociável com as pessoas e educado... não que eu intervenha neste comportamento dele directamente, ele é assim! Ao contrario do que se possa pensar:
- Ai, está em casa com a mãe é um bicho do mato!
É precisamente ao contrário.
Tenho pena... tal como dizes que não haja mais miúdos por ai durante o dia. O que limita um pouco o facto dele poder brincar com outras crianças... tem de ser ao fds nos parques!!
Ensino doméstico aqui perto de mim infelizmente não conheço quem pratique.
Estava na duvida se o colocaria este ano no infantário... mas já desisti... vai ficar comigo!
Carla: Compreendo o que dizes. Por cá a opção que fizemos baseou-se no facto de o meu ordenado ir directo para a escola e por vezes nem chegava.
ResponderEliminarGaspas: conheço duas famílias que brevemente vão morar para tua zona... podemos falar por mail se quiseres.
Sim, pode ser interessante :)
ResponderEliminarEu também não posso abdicar do meu ordenado. Senão.....e claro que tudo o que seja diferente causa estranheza. Não se preocupe que com o tempo a coisa vai.
ResponderEliminarUm dos motivos porque não posso abdicar do meu vencimento é o facto de há pouco tempo ter mudado para uma casa no campo, onde tento, aos poucos, aproveitar tudo o que a terra pode dar/ensinar. Vivia numa cidade pequena, mas que não deixa de ser cidade. O meu filho mais velho, tinha 3 anos e quando viu uma borboleta pela primeira vez, chamou-lhe gaivota :)))). Nesse momento tive a certeza que estava a fazer a opção correcta. É assim que sabemos se estamos a agir bem, qdo o feedback vai ao encontro do objectivo. E depois as vozes de fundo apagam-se.
Celia
Concordo contigo mas infelizmente nos dias de hoje um casal tem que optar por trabalhar a ficar em casa com os filhos.
ResponderEliminarNo meu caso passou-se o mesmo; tive que entregar o meu filho aos cuidados dos outros para poder dar algum conforto e nunca lhe faltar nada.
Sei que lhe faltou muitas horas de amor e carinho da mãe mas não tinha outra opcção.
Louvo as mães que fazem isso pelos filhos porque no meu caso foi muito difícil não ficar com o meu filho até pelo menos à idade escolar.):
Bom fim-de-semana!
Beijinhos da Formiguinha
Olá Minha Querida!!
ResponderEliminarBom ... adorei o teu texto e que bom seria se todas as mães pudessem optar, mas infelizmente isso não acontece.
Meu Diogo foi para a creche com 4 meses, não foi uma decisão fácil, penso que nem foi uma decisão, foi uma imposição das circunstâncias. Não poderia de maneira nenhuma, abdicar do meu ordenado.
Eu acredito que algumas necessidades emocionais possam ter ficado pelo caminho, mas sempre fiz de tudo para tê-lo o menos possível com terceiros. Trabalhava em centros comerciais, com horários loucos, saídas à meia noite, sem fins de semana ou feriados.
Não foi fácil para nenhum de nós, mas não havia outra solução.
Passados 10 anos, nasceu a Daniela e tudo se complicou, continuava a trabalhar em centros comerciais e agora não encontrava quem ficasse com eles de forma a suprimir meus horários loucos.
Acabei por ficar em casa.
É bom estar com eles, claro! Redescobri os fins de semana e feriados, mas o meu ordenado faz falta. Muitas coisas foram cortadas do nosso orçamento.
A nossa sorte é que nos contentamos em não ter dívidas e viver com o que podemos, não somos de extravagâncias e gostamos muito de sossego.
Por isso Luísa, eu concordo plenamente com o que dizes no teu texto, mas acredito que cada um tem as suas próprias circunstâncias, nem todas as mães "abandonam" seus filhos em creches com esta intenção. Eu própria durante muitos meses, saia da creche a chorar, por que custava-me imenso deixar o meu pequeno, já que eu própria estive sempre em casa com a minha mãe, jamais pensei que algum dia, deixaria meus filhos com outras pessoas, mas a vida não dispõe as mesmas oportunidades à todos.
Beijinho grande :)
*Vou terminar de fazer as malas :))
Quando deixava meus filhos no infantário com 5 meses eu sentia-me sufocada... mas tive que me adaptar porque não tinha condições financeiras para deixar de trabalhar e ficar com eles.
ResponderEliminarFelizmente tive sempre amas que ficaram amigas nossas e a relação era muito boa.
Acho que tive sempre sorte neste aspecto.
Mas claro que preferia ficar em casa e cuidar eu deles. Nunca tive essa possibilidade.
Onde o meu filho está agora... a ama diz-me que os pais chegam a deixar lá os filhos e só os vão buscar quando não dá mais e chegou a hora de o infantário fechar.
Põe-me a pensar... para onde nós caminhamos assim!
Gostei do teu post
Obrigada
Beijokas
Bom fim de semana
Este tema diz-me tanto! Cá por casa ainda andámos a fazer contas se daria ou não para ficar em casa com a C. Acabámos por chegar à conclusão que pagar creche e tudo o mais, aliado ao cansaço, não valeria o esforço. Com dois filhos iria trabalhar para pagar creche e infantário e outras despesas.
ResponderEliminarCortámos imenso nas despesas e vivemos sem apertos e stress porque não devemos nada ao banco. Desde que casámos vivemos em casas arrendadas e assim ficaremos até conseguirmos comprar a nossa quintinha. Consegue-se viver com pouco cortando certos luxos tais como tv por cabo e comprar roupa todos os meses. É óbvio que não é possível para todos os casais optar por esta solução mas julgo que se simplificássemos as nossas vidas, voltando costas ao excesso de materialismo, seria algo bastante exequível a muita gente. Andamos atolados de coisas e há muito que a nossa sociedade perdeu o sentido do saber fazer. :)
Beijinhos!
Tenho 2 filhos, uma meninas quase com 11 anos e um menino com 7 e muitas vezes sinto-me triste e deprimida por ver que o tempo passa rápido de mais e pouco aproveito da infância deles.
ResponderEliminarSonho puder vir a ter um terceiro filho, mas propositadamente só o farei se tiver possibilidade de ficar com ele/a até à entrada no 1º ano.
Parabéns pela decisão.
Beijinhos
Eu acho que além das crianças serem "depositadas" em instituições também é o conceito de família que muitas vezes é diferente do que deve ser na verdade. Eu sei de muitas mulheres que nem pensar deixar de trabalhar e ficarem dependentes financeiramente do marido. Também sei de outras que não podem mesmo abdicar do dinheiro fruto do seu trabalho longe dos filhos. Cada caso é um caso. Eu acho que, em família, faz sentido um adquirir o rendimento, que nos faz falta para pagar as contas, e o outro gerir a vida familiar. E todos termos mais tempo uns para os outros. Triste é muitas vezes a sociedade consumista e pobre de valores que temos de fazer parte... Os meus filhos estão na escola oficial, mas vou buscá-los cedinho e agora estou muito presente no dia a dia deles.
ResponderEliminarOuvi muita opinião quando decidi voltar para casa. Mas como em tudo, cada um sabe de si e age de acordo com aquilo em que acredita.
Gosto de ti Luísa :)
Beijinhos
Concordo plenamente!
ResponderEliminarFui eu quem esteve ao lado das minhas princesas, ninguém melhor que nós para cuidar-mos, a pequena está na escolinha mas sem o dito prolongamento, vou ter com ela á hora de sair da escola e quando tenho que sair em trabalho vai comigo como trabalho por conta própria é mais fácil gerir o meu tempo, a mais velha já está no 6º ano e foi criada da mesma forma...ao pé dos pais é que eles estão bem, mas também não podemos privar as crianças de todo em relação ao convívio com outras, a escolinha também é importante!
Como é que funciona o ensino doméstico?
Beijinhos e tudo de bom!
E assim podem ouvir cantar o rouxinol!!! :)
ResponderEliminarEm ralação aos vários comentários:
Ainda há mais alternativas, como por exemplo a nossa, trabalhamos os dois, mas enquanto um trabalha o outro fica com o filho e a dada altura do dia, trocamos... é uma questão do que cada um sente como prioridade para as sua vida e a partir daí, com alguma dose de criatividade, vão-se arranjando soluções.
Beijinhos, Luísa, que post "tão teu", íntimo e verdadeiro e ao mesmo tempo de todos nós!
Até à vista, ou melhor ao abraço de coração :)
Isabel
Uma coisa é mais do que certa. Todas nós, mulheres que trabalham fora, temos lá no fundo um sentimento de culpa por termos que deixar nossos filhos em creches tão cedo.
ResponderEliminarPara compensar isso, as horas que estão no nosso convívio têm que ser preciosas.
Grata pela mensagem que nos faz refletir sobre a qualidade de vida que desejamos para os nossos filhos e netos.
Bjs.
Namorei! e a citaçao da Aninha... canta certeça nas suas palavras!! vou gardar este post enteiro!
ResponderEliminarTendes moita sorte de o ED ser legal en Portugal, nós nao saimos da casa nas horas escolares por medo a seren denunciados. A situaçao na Espanha é muito similar ao Brasil.
Beijinhos grandes e obrigada por este belo post
m*
Olá, querida
ResponderEliminar"Então ficaram todas as crianças a sua INFÂNCIA a passar seus anéis azuis de orvalho".
Infelizmente meu primeiro filho foi pro Maternalzinho aos 1 ano e 10 meses... chorava junto com ele,claro!!!
O segundo já foi aos 3 bem como a terceira...
Fui professora e tinha necessidade de trabalhar... mas, ser filho de professora já ajuda e muito...
Hoje, o meu desejo de paz e alegria é para vcs que:
"...estendem o seu conceito
de vida,
e a veem na gota de orvalho".
(Lice)
Obrigada pela sua linda participação...
Orvalho do Céu é uma “Chuva de Néctar da Verdade”... ou Palavras de Deus...
É isso que lhe desejo nesse tempo que estamos entrando...
Uma Abençoada Semana Santa e uma Páscoa extremamente feliz!!!
Bjs de paz e achocolatados
Olá Luísa, partilho da tua opinião, como sabes e acho que não o conseguiria dizer tão bem como o disseste! ;) Beijinhos no coração!
ResponderEliminarFico muito feliz ao ver os novos rumos que o mundo está tomando nesse sentido !
ResponderEliminarSou do tempo do joão-charuto e não quis trabalhar fora quando casei. O que meu marido ganhava dava para termos uma vida simples, com economia, em casa alugada. E assim foi até sempre.
E aí fico pensando por que hoje todas as mulheres "precisam" trabalhar fora - pois dentro de casa sempre trabalharam !!!
Minha filha, hoje com 43 anos, era partidária da mulher independente, que trabalha e ganha seu salário, mas sempre trabalhou em horários pequenos que dava para sair quando o filho estava na escola.
Estou achando muito interessante esse sistema de ensino em casa. Vamos poder avaliar o resultado daqui há alguns anos, não é mesmo?
São as voltas que o mundo dá...
Parabéns pela postagem e pela decisão sábia.
Beijo
Olá,quando eu engravidei do Lucas hoje com 13 anos, comecei a trabalhar meio turno, para dar tempos à ele.A Lívia veio e me entreguei totalmente(9 anos), até porque tínhamos uma representção de transportes e poderia auxiliar meu marido no telefone e internet.Hoje meu tempo continua meio turno e posso acompanhar tudo que eles fazem..Isso é muito bom!Paz e bem
ResponderEliminarQuerida Luisa,
ResponderEliminarmuito pertinente a observação da AnaGF e a tua referência a esse paralelo de familia dentro da colmeia, no qual os filhos são entregues a adultos-ama.
Talvez tenha sido esse os primordios da vida em comunidade. E a especialização de alguns no que fazem melhor.
Depois veio a moeda, embora já antes se trocassem bens e serviços.
Embora me seduza muito, noto a dificuldade que é sermos autosuficientes, optar por tudo caseiro inclusive a educação.
Eu por exemplo, se tivesse uma criança normal, creio que seria hiper fácil para mim apoiá-la no curriculo escolar. Fiz isso com meus irmãos, sem forçar nada, simplesmente brincavamos às escolas e eu como mais velha promovia a leitura e a escrita antes de entrarem na 1ªclasse. Eles não andaram no infantário, estiverem sempre com a mãe em casa até aos 6 anos.
Mas no caso dum filho especial, precisamos de apoio de especialistas, professores de ensino especial, terapeutas,...
Caso contrário podia não ter capacidade de ajudar a Carolina a evoluir. Não saberia como e a proximidade seria prejudicial.
Por exemplo, na época em que a Carol começou a Terapia de Fala, como eu tinha pouco dinheiro, pedi à terapeuta que me ensinasse, de modo a que a Carol usufruisse de 2 terapias por semana, uma delas sendo dada por mim.
Mas eis que a cada vez que tentava, inundava-me um sentimento avassalador de frustação, de impaciência, porque nestes casos a evolução é muito lenta, e por vezes até regressiva. A ligação familiar doi mais do que quando estamos simplesmente a exercer a profissão, sem que com isso se queira profissionais insensiveis.
Para terminar lembro que há pais pouco letrados, familias destruturadas, pessoas que por vezes nem sabem cuidar dos miudos quanto mais promover uma evolução académica ou pessoal. Nesses casos é preferivel trabalharem, ganharem o seu dinheirinho e pagarem a adultos-ama.
Conheço casos tão horriveis. Crianças que se não fosse a escola, não teriam nenhum motivo para sorrir. Muitos deles nem pequeno almoço tomam. Felizmente que existe o leite escolar e umas bolachas compradas pelas professoras. E vão passear em visitas de estudo porque caso contrário não saberiam o que é um teatro, um cinema, um museu...
Esta é o lado da triste diversidade.
No entanto, sou a favor do ensino doméstico. Tenho pena de não ser capaz.
Beijinhos,
Rute
Magnifico post, mensagem ...
ResponderEliminarPartilho totalmente do mesmo entendimento. O M. por enquanto está em casa, trabalho, mas regresso cedo, e ele fica no seu "habitat". Daqui por 2 anos é altura de iniciar o 1º ciclo... e ando muito "pensativa" em relação ao assunto!
Parabéns pela decisão!
Um beijinho, com carinho
Elisabete
desculpe-me pelo atraso,mas com essa fantástica coletiva e interação,com sua postagem tão contudente saio com meu aprendizado em dia!
ResponderEliminarObrigada pelo carinho da visita
Boas energias,paz,saúde,sucesso!
Mari
Penso muitas vezes como seria ficar em casa com o meu filho sendo que ficou ao cuidado de uma ama que eu mal conhecia quando tinha apenas 5 meses. Nessa fase estava sempre nervosa e com pressa de sair do trabalho para o ir buscar porque infelizmente os avós não podiam ficar com ele, nem podem actualmente, pelo que os suportes em relação ao meu filho sou eu e o pai.
ResponderEliminarAos 3 anos foi para uma Creche, já aqui no Oeste, e estou muito satisfeita com a mesma. Bem sei que não é a mesma coisa do que ficar comigo mas nunca senti que fosse um depósito de crianças devido à forma como são tratadas e às actividades que têm.
Acho que esta questão é muito pessoal e tem em conta muitos factores tais como as experiências de cada um, as suas vontades e disposições e a educação que se pretende dar.
Por cá não é possível ficar em casa porque o meu salário faz falta e o do pai também e não compensa a nenhum deixar os seus trabalhos. O que faço para "compensar" é evitar ao máximo sair tarde do trabalho e todos os momentos são aproveitados ao minuto. Sei que estou a dar muitas mais horas de companhia e atenção ao meu filho do que os meus pais me deram a mim porque trabalhavam das 08h às 18h00 ou até mais e que me estou a esforçar também por ele.
Quanto ao facto de olharem para vocês com estranheza, não ligues minimamente. Cada um vive a sua vida à sua vontade mas infelizmente em Portugal tudo o que foge da média é olhado com estranheza (senti isso no início de ser madrasta ou tão simplesmente por ser muito alta, por exemplo...).
Como sabes admiro-te muito pela tua força e empenhamento e pela coragem que tens. Sinto-te uma pessoa terna, sábia e que transmite uma paz infinita...
Acho que já me alonguei demasiado...
Um grande beijinho com saudades.
olá, eu tambem estou na blogagem coletiva fases da vida....da uma passadinha la no meu blog tambem:
ResponderEliminarhttp://anacristinap.blogspot.com/2011/04/blogagem-coletiva-fases-da-vida.html
parabens e obrigada
anacristina
Oi,
ResponderEliminarVocê tocou num assunto que mexe muito comigo.
Tive que deixar minhas filhas na creche com dois anos de idade, também.
Até hoje lembro-me das carinhas delas de assustadas.
Mas ao meu ver, eu achava que estava fazendo o bem. Eu precisava trabalhar para cuidar delas.
O mesmo vem acontecendo com meus netos. Dá pena. Mas a realidade de hoje, é até pior que na minha época.
É preciso trabalhar, para sobreviver.
Feliz é a mãe que pode ficar em casa, curtindo e cuidando dos filhos.
Beijos
Wow!! Ainda não tinha pensado sob essa perspectiva de que estamos afastando as crianças do nosso dia-a-dia e por isso a promoção do ensino doméstico. Algo para se refletir! Boa blogagem! Beijus,
ResponderEliminarAcho muito interessante isso do ensino doméstico. Contudo assolam-me algumas dúvidas: Como é que as crinças brincam e se socializam se não estiverem em contacto com outras crianças? E quando estiverem em contacto como será essa adaptação e que choque sofrerão?
ResponderEliminarSou apologista de que os pais devem ficar com os filhos e não darem a outros para educar. Mas no ensino ainda tenho algumas dúvidas, nomeadamente em relação à socialização da criança com os outros.
Óptimo post ;)
Tive a felicidade de não precisar trabalhar fora,e pude ficar sempre com meus filhos,mas isto hoje já não é comum;as dificuldades exigem que as mulheres trabalhem também e há de ser sem culpa,procurando dedicar o melor delas no tempo que tem com as crianças.Assim ocorre com meunetos e noras.Toda folga o passei é com eles sempre!!!Escola,no meu entendimento socializa,e mesmo em casa meus filhos foram com dois aninhos já conviver com outras crianças que não fossem apenas os irmãos e acredite,deu tudo certo.Foram crianças felicissimas!!!Todavia respeito as opiniões e sentimentos diferentes.Beijos no coração!!!
ResponderEliminarGOSTARIA DE DIVULGAR AQUI A PROMOÇÃO DE ANIVERSÁRIO DO MEU BLOG,QUE FEZ DOIS ANOS DIA 15.AOS AMIGOS QUE VISITAREM A PARTIR DESTA DATA AO DIA 30/04 ESTAREI SORTEANDO UM LIVRO A ESCOLHA DO GANHADOR,DENTRO DA TEMÁTICA DO SEU BLOG OU NÃO E ENVIAREI PARA QUALQUER CIDADE NO BRASIL OU NÃO.LIVRO DE VERDADE!!!
Olá Luisa
ResponderEliminarrealmente esta é uma questão pertinente que a mim me deixa algumas duvidas, eu era incapaz de viver inteiramente só para o meu filho, não é uma questão só monetária mas sim de realização pessoal, eu para ser feliz e "boa" mãe acima de tudo tenho de me sentir realizada, e isso (para mim) também passa por ser realizada em termos profissionais e pessoais, como também acho que as escolas e creches não são depósitos para crianças, eles têm experiências e vivências que nunca teriam se estivesse só comigo, acho que faz falta a uma criança partilhar o espaço e a atenção com outras crianças, o importante é que o tempo que tenho para o meu filho seja de qualidade e isso garanto-lhe que é.
Beijinhos
Cláudia
Olá Luísa!!
ResponderEliminarVim deixar-te um grande beijinho e abraço meiguinho, com muitas saudades :)
Espero que tenham tido uma Páscoa muito feliz!
Por cá, estou a retomar os hábitos e a ganhar coragem para enfrentar esta infernal Lisboa, depois de umas férias óptimas na nossa terra :)