Dos quatro pintainhos que nasceram dois morreram, o último hoje. Assim do nada, o pintainho que tinha tão bom ar e estava tão anafadinho, morreu (se calhar também há morte súbita nos pintos!). Quem deu com ele morto foi a L. Se o primeiro pinto aceitou, com alguma relutância, é certo, porque foi sendo preparada para isso, visto notar-se o seu definhar progressivo, com este não foi bem assim.
No seu ritual diário lá foi ela ver os seus amiguinhos pintainhos quando a ouvi gritar em pânico. Assustei-me, pensando que alguma coisa lhe tinha acontecido e corri para ela para a encontrar confusa, desolada e impontente perante o pobre pintainho morto. Chorava convulsivamente e não queria o meu colo nem os meus abraços. Meti o pintainho no lixo com a sua ajuda, mas isso não a deixou confortável, chorava que ali não era o seu lugar, quis que eu o enterrasse e quis assistir. Depois pediu-me para colocar uma cruz no local. Entre soluços lá me ia dizendo que ele havia de nascer outra vez!
Exigiu-me explicações e eu lá lhe expliquei o ciclo da vida o melhor que consegui. Nascemos, vivemos e morremos. Mas ela, vivaz no pensamento, apontou o dedo certeiro à tenra idade do pinto.
Quando o avô velhinho (avô paterno) morreu ela aceitou a explicação do céu e da estrela, mas ele estava já muito debilitado. Quando a relembrei do céu e da estrela ela tornou que ele não podia estar ao pé do avó porque era muito pequenino e eu engoli em seco. Tentei a via budista da reencarnação. Aos poucos aceitou o meu colo e os meus abraços. Aninhada no meu colo falou-me de dor, de saudade e eu não sei como ela com 4 anos consegue descrever tão bem estes sentimentos que nos dilaceram a alma sempre que alguém querido morre.
Ah como eu gostava de os poupar da dor da perda, mas é impossível.
Ah como eu gostava de ter respostas concretas, mas não tenho.
Também eu fiquei a precisar de consolo espiritual, o meu livro para o serão será "O livro tibetano da vida e da morte".
No seu ritual diário lá foi ela ver os seus amiguinhos pintainhos quando a ouvi gritar em pânico. Assustei-me, pensando que alguma coisa lhe tinha acontecido e corri para ela para a encontrar confusa, desolada e impontente perante o pobre pintainho morto. Chorava convulsivamente e não queria o meu colo nem os meus abraços. Meti o pintainho no lixo com a sua ajuda, mas isso não a deixou confortável, chorava que ali não era o seu lugar, quis que eu o enterrasse e quis assistir. Depois pediu-me para colocar uma cruz no local. Entre soluços lá me ia dizendo que ele havia de nascer outra vez!
Exigiu-me explicações e eu lá lhe expliquei o ciclo da vida o melhor que consegui. Nascemos, vivemos e morremos. Mas ela, vivaz no pensamento, apontou o dedo certeiro à tenra idade do pinto.
Quando o avô velhinho (avô paterno) morreu ela aceitou a explicação do céu e da estrela, mas ele estava já muito debilitado. Quando a relembrei do céu e da estrela ela tornou que ele não podia estar ao pé do avó porque era muito pequenino e eu engoli em seco. Tentei a via budista da reencarnação. Aos poucos aceitou o meu colo e os meus abraços. Aninhada no meu colo falou-me de dor, de saudade e eu não sei como ela com 4 anos consegue descrever tão bem estes sentimentos que nos dilaceram a alma sempre que alguém querido morre.
Ah como eu gostava de os poupar da dor da perda, mas é impossível.
Ah como eu gostava de ter respostas concretas, mas não tenho.
Também eu fiquei a precisar de consolo espiritual, o meu livro para o serão será "O livro tibetano da vida e da morte".
Até eu me comovi até porque este tema chega num dia triste para nós, em que um bom amigo, com idade para ser nosso pai, partiu depois de meses de sofrimento...
ResponderEliminarÉ a vida... mas custa sempre.
Um grande beijinho.
(PS: Quando nos encontramos outra vez? Tenho saudades vossas...)
Bolas, há consolos impossiveis de dar-mos.
ResponderEliminarA história da estrelinha também já não se adpaptou com a Sara (quando o hamster morreu) e é engraçado que também nos pediu para o enterrar no quintal. Começam a ter consciência da presença fisica, será?
Beijinhos
Bolas coitadinha da L., a B. já passou por isso na escola, queriam ter um peixinho na sala, e tiveram não um, mas pelo menos 5... todos morreram. As crianças ficavam tão tristes, que tentavamos explicar o ciclo da vida também. E a B. com tanta explicação um dia vira-se para mim e diz-me " a tua mãe agora também tem os peixinhos, não é mãe?"
ResponderEliminarque delicia
Beijoca amiga
As crianças são impressionantes. O meu filho muitas vezes agarra-se a mim a chorar e diz que não quer que eu morra, entre outras coisas. Mesmo em filmes, comove-se muito, sai à mãe.
ResponderEliminarmais uma das árduas tarefas de ser mãe.
ResponderEliminarbeijoca